Hipocrisia da mentira de amar

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     Por muitas vezes eu zombei das pessoas que estavam perdidamente apaixonadas por outras, sério, aquilo me causava ânsia de vômito e tudo, mas adorava tirar sarro da cara de bobo apaixonado que via nas pessoas.
    O Dia dos Namorados então, eu só queria ficar em casa debaixo das cobertas, assistindo filmes e com um pote enorme de sorvete e chocolates ao meu redor. Odiava ver a tevê e ver aqueles comerciais e filmes de pombinhos tão apaixonados, que como diz uma amiga minha: você vomita arco-íris ao ver. Eu sempre desdenhei essa data. Falando que aquilo era puramente capitalista e o comercio o infringiu para jovens enamorados que se não desse um presente para seu amado é quase como estar matando alguém.
   Mas tudo isso é a visão de uma solteira, que acreditava veemente que não precisava desse tipo de coisa em sua vida; não que tenha mudado tanto assim. Mas percebi que estava sendo hipócrita e invejosa.
    Quando desdenhei e fingi estar com enjoou, não é porque realmente pensava e sentia aquilo, é porque eu queria estar no lugar daquela garota. Porque eu queria ter alguém que tirasse alguns minutos da sua vida para ver se estava tudo bem comigo e quisesse a minha companhia só para passar à tarde. Não como amiga, mas como namorada, para poder assim trocar caricias e confidencias, para poder tirar sarro dele sobre absolutamente nada.
    Mas sou o tipo de pessoa retida em si mesma, com o orgulho que pode ser abalado, mas finjo ser inabalável e nunca descer do meu pedestal. Mas a verdade não é essa. E sei que não sou a única a invejar esse tipo de carinho, mesmo querendo acreditar que não preciso.
    Ignoramos o fato de queremos estar com ele rindo um da cara do outro, tirar fotos juntos, dividir um milk shake, sair para o cinema, para  um restaurante, beijar até ficar sem fôlego, receber flores sem motivo aparente, apenas passar longos tempos na presença um do outro. Realmente quero isso para mim, você não?
    Como um amigo meu costuma dizer: “Sempre iremos sentir falta daquilo que ignoramos para nos mesmos”.

                                                                                                                    Thamy

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