Uma história sempre tem um começo, meio e fim. Mas é só isso? Claro que não. Obvio que tem que ter isso, são coisas obrigatórias. Qualquer um sabe.
Mas ele deve ter uma introdução, um desenvolvimento, desfecho que chame atenção, clímax; onde tudo é possível e fica mais excitante e um final.
Cada livro. Cada história. Tudo é diferente.
Você pode achar loucura, mas para certa pessoa seu mundo é só isso. Livros e mais livros. Sem amigos, não se importando com a família ou uma aspiração para o futuro, apenas uma página de cada vez. Não precisava sair da biblioteca ou do quarto, ela conhecia o mundo todo ali; sozinha, em paz com eles.
Idealizando e suspirando pelo personagem principal, que tinha esperanças em achar um dia – isso é, se um dia olhasse o mundo de verdade. Sua vida não era mais contada por minutos ou horas. O tempo não importava mais, apenas algo insignificante para quem pode ter tudo somente com um livro. Estava ali, entre palavras impressas em preto e as folhas brancas. Isso já fazia parte de seu ser. Uma coisa inexplicável e incomparável.
Quer que eu a descreva? Pois bem, ela pode ser descrita como uma observadora, quando não tinha nada para fazer ou acabado um livro e não tinha outro, era isso que fazia, observava tudo ao seu redor. Apenas mais um habito adquirido. Sempre sabia das coisas ao seu redor; quem estava namorando, ficando, traindo, enganado etc. Calma, ela não pretende usar isso contra ninguém. Apenas admitindo seu dom de ser invisível perante todos.
Amigos? Não precisa disso. Os livros são seus únicos amigos. Eles já a fizeram sentir todas às emoções que precisava sentir. Pelo menos é isso que a garota afirma veemente.
Sua vida estava muito bem assim. Até um estranho aparecer e mudar tudo. Apagar todo roteiro escrito e começar a reescrever do zero.
Um estranho que atrapalhou sua vida. Que a forçou a ver que sua vida não era só páginas com palavras. Ele mostrou um mundo sem regras gramaticais. Onde nem sempre suas respostas com monossílabas são aceitas.
Descobriu que ler sobre sentimentos é diferente de senti-los, e sentir quase todos de uma vez é loucura.
Hoje a menina tem outra vida. Amigos de verdade – que achou serem desnecessários, mas é o contrario. Tem você, um estranho que apareceu e deixou tudo de cabeça para baixo; o estranho que virou amigo e hoje é algo mais que isso.
Agora posso dizer... Histórias sempre têm um começo, meio e fim. Ela ainda está escrevendo a sua, sem presa de saber o final, muito menos pular alguma página para conferir alguma coisa, apenas deixando que o tempo – que agora existe para ela – escrever cada palavra cuidadosamente, sem esquecer uma vírgula ou um ponto final sequer.
E você? Já começou a escrever a sua historia?!
Thamy
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